terça-feira, 1 de julho de 2008

Não existe o acaso? (parte 3)

Como gerar um propósito? Assim o ser humano, racional e consciente, tenta analisar seus movimentos, atos e pensamentos no mundo, encontra então vários significados para cada gesto ou ação, empregados por ele e seus “irmãos”. Sem essa confirmação os atos tornam-se questionáveis, dotados de brechas, falhas que serão explorados por pensamentos radicais ou mesmo ingênuos.

Sendo assim a busca pelo propósito, consideraria o surgimento do acaso como a abertura para as possibilidades de explicação e de aceitação. Podemos aceitar o acaso sem discuti-lo, pois não compreendemos como ele se forma nem que lógica segue. O propósito surge como maneira de manter um objetivo na vida, ou seja, algo para dar sentido a ela.
Mas então voltamos para começo o que é o ACASO?

Aristóteles classifica o acaso, ou acidente, em sua Física e Metafísica.

Maquiavel também fala do acaso, refere-se ao bom senso diante da sorte, e da prudência, em reconhecer sua face gigantesca espreitando o mundo dos homens.

"Deus não joga dados com o Universo," disse certa vez Albert Einstein, querendo com isso asseverar que não existe acaso.

a.ca.so, masculino

· fato imprevisto
· sorte, destino
· é algo que surge ou acontece à esmo, sem motivo ou explicação aparente

Se pararmos para ver todas as ações e tentarmos criar conexões, chegaremos a vários acasos, pelo fato que os efeitos são gerados pelos atos, pensamentos, desejos, e pela fé de todos os seres vivos.

Para um homem simples é muito difícil perceber e analisar toda esta rede que nos circundam. Podemos tentar e ao fazer-lo, chegamos a dois problemas: primeiro quando se pensa em acaso, pensamos na causa de acaso ou em sua finalidade? O acaso surge realmente quando um fato acontece sem explicação? Ou quando uma finalidade é importante e seu acontecimento é imprescindível?

Finalidade e causa são opostos mais unidos, para que um haja é necessário o outro.
São dimensões de interesses cujo funcionamento é livre de limites, mas nunca é determinada previamente, existem probabilidades de um fato ocorrer, apenas uma chance, contudo este fato não é inevitável.

Contudo será que obedece alguma Lei?

Um comentário:

Kamui disse...

O acaso não existe

por Victor Leornardo S. Chaves (http://www.espirito.org.br/portal/artigos/diversos/livre-arbitrio/o-acaso.html)

Comumente esse lema é visto em adesivos colados a vidros de automóveis, seguido da frase "LEIA KARDEC". Ele não está explicitamente na Codificação, mas o conceito que transmite está afirmado várias vezes.

Se não existe acaso,obrigatoriamente tudo no Universo está determinado,isto é, tem um propósito. No entanto,alguns expositores espíritas, fundamentando-se na teoria da relatividade de Einstein e no princípio do indeterminismo de Heisenberg, fazem afirmações como se o Espiritismo fosse indeterminista. Tais palestrantes apóiam-se nas obras [não espíritas] de Fritjoff Capra, como "O Tao da Física" e "O Ponto de Mutação".

Esse autor toma uma posição iconoclasta em relação à ciência ocidental, promovendo um sincretismo entre os princípios da física astronômica, da física quântica e da teoria chinesa do Tao. Nossos confrades confundem os conceitos de determinismo causal (ou causalista),determinismo final (ou finalista) e indeteterminismo.

A ciência mecanicista dos Séculos XIX e XX,admitindo unicamente a relação de causa e efeito (mas, causa só material), é determinista causal (causalista ou etiológica).

O Espiritismo,embora aceitando também a lei de causa e efeito, admite a existência de finalidade. Essa doutrina não pode ser de modo algum determinista no sentido mecanicista. Também não pode ser indeterminista, pois estaria aceitando o acaso, eliminando a intervenção de Deus na ordenação geral do Universo.

A Codificação afirma com veemência que nada ocorre por acaso, havendo um propósito (finalidade) para tudo que há no Universo.

Ela é uma doutrina determinista finalista (teleológica). A confusão feita por alguns palestrantes decorre da presunção de incompatibilidade entre o princípio do livre-arbítrio e o determinismo.

Somente o determinismo causalista contraria o livre-arbítrio. Uma vez ocorrida a causa, ela não muda mais os acontecimentos; tudo deve ocorrer conforme ela determina. Isso exclui a possibilidade da intervenção do livre-arbítrio.O efeito é inexorável.

Desse modo, elimina a responsabilidade humana por suas ações ou omissões. Exemplo: o determinismo geográfico de Rätzel coloca toda a responsabilidade nos acidentes geográficos; o determinismo econômico atribui somente a situação econômica a responsabilidade de tudo que ocorre de errado na vida humana; o determinismo inconsciente de Freud isenta o homem de responsabilidade pelo que fizer de errado, pois ele é vítima das pulsões inconscientes. Por isso, é conhecido também em filosofia por determinismo absoluto. O determinismo finalista apresenta uma finalidade a ser atingida. O homem tem o livre-arbítrio para cumpri-la ou não, mas deverá responder pelo que fizer de errado ou deixar de fazer certo. É conhecido também por determinismo relativo ou finalismo.

Em Esperanto já existe a palavra que traduz finalismo: celismo. Podemos afirmar que o Espiritismo, em relação ao binômio determinismo / indeterminismo, é determinista finalista (final ou teleológico) ou determinista relativo (em Esperanto: celisma doktrino).

Citações que demonstram a posição determinista finalista: Livro dos Espíritos (LE), questão 8: "Que se deve pensar da opinião dos que atribuem a formação da matéria (...) ao acaso? Outro absurdo! Que homem de bom senso por considerar o acaso um ser inteligente? E, demais, o que é o acaso? Nada. (...) Atribuir a formação da matéria ao acaso é insensatez, pois o acaso é cego e não pode produzir os efeitos que a inteligência produz. LE, 37 Nota: "Diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que, não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus". LE, 536 "Tudo tem uma razão de ser e nada acontece sem a permissão de Deus". LE, 664 "A prece não pode ter por efeito mudar os desígnios de Deus". LE, 687 "(...), Deus isso provê e mantém o equilíbrio. Ele coisa alguma inútil faz". LE, 692, "Sendo a perfeição a meta (grifo nosso) para que tende a Natureza (...)". LE, 728-A "As criaturas são instrumentos de que Deus se serve para chegar aos fins que objetiva". LE,730 "(...) o homem deve prolongar a vida, para cumprir sua tarefa". LE,741 "(...), entre os males que afligem a Humanidade, alguns há de caráter geral, que estão nos decretos da Providência (...)". LE,774, "Diverso dos animais é o destino do homem". LE, 776 "(...) o homem não foi destinado a viver perpetuamente no estado de natureza". LE,778 "(...) o homem tem de progredir incessantemente (...)". LE, 786 "(...) os Espíritos que, encarnados, constituem o povo degenerado não são os mesmos que o constituíam ao tempo do seu esplendor". LE,787 "Deus a ninguém deserda". LE, 964 "Ele traçou um limite (...). Todas as nossas ações estão submetidas às leis de Deus". LE, 1003 (...) tudo, no Universo, se rege por leis (...)". Bíblia (Eclesiastes 3:1.2.3.). "Tudo tem o seu tempo determinado, e há um tempo para todo propósito debaixo do céu: há um tempo de nascer,e tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; tempo de matar, e tempo de curar: tempo de derribar,e de edificar: (...).